[012] O Último Fractal
Parece nome de filme de ficção científica, mas é apenas a nossa última reflexão da temporada "Os Primeiros 12 Dias"
Nesta Edição
Manuscrevendo
Cadernos & Diários
Palavra do Dia
Prática Consciente
Obrigada
Amigas
[manuscrevendo]
Sou daquelas pessoas que na adolescência não ia ao banheiro sozinha. Estava sempre acompanhada de uma amiga. Retocar o batom, ver se a roupa estava boa. Talvez porque não tivesse a autoestima muito elevada, precisava ter certeza de que não estava ridícula em algum grau – uma amiga me ajudaria nesse quesito não-vá-passar-vergonha.
Lembro de uma ocasião que me inscrevi num curso de jazz, aos 14 anos. Levei as amigas mais próximas para ver e, depois de alguns meses, estávamos todas juntas numa apresentação em um clube tradicional da cidade.
Até hoje eu sou assim. Gosto de contar sobre o que estou fazendo, amo quando tenho uma amiga ou duas que possam me acompanhar. Atualmente não é mais uma questão de autoestima, mas ter com quem compartilhar resultados, inspirar e ser inspirada por pessoas com uma visão diferente da minha.
Entretanto, tenho uma pequena dificuldade desde que me conheço por gente. Não qualquer gente, mas gente que escreve - que manuscreve. Faço isso desde os dez anos. Tenho o hábito dos cadernos desde sempre, os mais diversos – e confesso que gostaria de encontrar quem pudesse compartilhar o hábito de escrever, de rabiscar ideias, de transformar pensamentos em palavras. Não necessariamente sobre os mesmos assuntos, mas para trocar figurinhas.
Talvez o que eu procure agora não seja apenas companhia, mas pessoas que me ajudem a traduzir as entrelinhas dos meus cadernos.
Você é do tipo que escreve? Compartilhe essa experiência comigo.
A Jornada de Escrita
[cadernos & diários]
Nessa jornada entre cadernos e diários, anualmente, faço minhas anotações relativas aos 12 primeiros dias para serem os meus “guias” mensais. Gosto desse ponto de partida. As palavras que anotei ao longo desse início de ano representam, cada uma, um mês e serão os temas que me ajudarão a identificar os pontos que preciso trabalhar ou apenas observar. Por enquanto os meses estão assim:
Janeiro – verdade
Fevereiro – disponibilidade
Março – confiança
Abril – criatividade
Maio – constância
Junho – gratidão
Julho – coragem
Agosto – acolhimento
Setembro – ousadia
Outubro – autoconsciência
Novembro – parceria
Para entender melhor sobre o que estou falando, clique nesse texto aqui.
Nenhum ano é igual ao outro, mas o curioso é que nunca escrevi textos como estou fazendo agora e descobri uma nuance diferente nessa prática. Gostei da experiência. Além da observação dos primeiros doze dias, gosto de dar um nome para minha jornada. Para que se pareça com uma aventura, um filme ou um livro a ser escrito ao longo dos doze meses.
Essas anotações são mais do que um hábito – elas se tornaram meu espaço de descoberta e clareza. Revisito meus valores pessoais e me pergunto se continuam os mesmos. Escolho um tema para o ano, um lema que me guie, e vou anotando tudo num caderno que revisito semanalmente. É divertido e terapêutico ao mesmo tempo. São impressões que me ajudam no planejamento, reflexões que levo para a terapia e inspirações que transformo em escolhas.
Por isso, te convido para ser minha amiga ou meu amigo de cadernos. Alguém que também ame descobrir nuances de si, e por que não, melhorar um pouquinho a cada dia com ferramentas de autoconhecimento.
Aqui, vou trazer a ferramenta mais efetiva que conheço: a escrita. Será algo diferente, que você até conheça – a escrita reflexiva. Aquela que vai fundo, que encontra o que incomoda, o que traz desconforto, mas também alegria e alívio.
Se essa jornada ressoar com você, prepare seu melhor caderno. Dê a ele um nome, escolha um lema e, se quiser, pense em um arquétipo que te inspire – que simbolize sua força e a direção que quer seguir neste ano.
Tema & Lema
O meu tema de 2025 é “Uma Jornada de Movimento & Manifestação”.
O meu lema é “Expandindo minhas fronteiras e me sentindo protegida”.
Último Fractal
[palavra do dia]
A palavra e fractal do mês de dezembro é suficiência. Para mim, ela carrega um dos conceitos mais transformadores: "eu sou mais que suficiente".
Não é sobre perfeição ou alcançar algum ideal inatingível, muito menos esperar validação externa. É reconhecer, internamente, que mesmo com nossas imperfeições, somos completos e dignos de amor, pertencimento e respeito – como somos agora.
Os cadernos que me acompanham há anos são uma ferramenta para explorar essa ideia. Eles não pedem validação, não exigem que eu seja perfeita, apenas presente. É ali que registro minha verdade, meus medos e as pequenas vitórias que passam muitas vezes despercebidas. Cada página é um lembrete de que ser suficiente não é um estado final, mas um espaço interno que podemos cultivar todos os dias, sem depender da aprovação de ninguém além de nós mesmos.
Abraços, Gratidão & Afirmações
[prática consciente]
Abrace sua suficiência: Pegue seu caderno e escreva sobre um momento recente em que você se sentiu insuficiente. O que aconteceu? Como você pode reescrever essa narrativa, acolhendo a ideia de que você já é suficiente, mesmo diante das dificuldades?
A gratidão pela jornada: Faça uma lista de três qualidades que te ajudaram a superar desafios no último ano. Como elas mostram que você já tem o que precisa dentro de você, sem buscar validação externa?
Afirmações de suficiência: Escreva, em uma página do seu caderno, a frase: "Eu sou suficiente porque..." e complete com o que vier à mente. Não se preocupe com a perfeição das palavras; deixe que sua intuição guie a escrita.
Aceitar nossa suficiência nos permite olhar para o futuro com mais gentileza, enquanto crescemos.
Encerramento
[obrigada]
Quero encerrar os primeiros doze dias com um enorme obrigada. A cada palavra escrita, a cada reflexão compartilhada, senti que esta jornada ganhou ainda mais sentido porque vocês estavam aqui, lendo, refletindo e, quem sabe, também escrevendo, escolhendo seu fractal.
Esses dias são especiais para mim – um ponto de partida, um mapa interno que ajuda a guiar meu ano. Saber que outras pessoas estão caminhando ao meu lado torna tudo ainda mais significativo.
Obrigada por me acompanharem, por serem companhia nessa subida simbólica das "montanhas da vida", por suas leituras e presença. Que essas sementes plantadas nesses doze dias floresçam em cada um de nós ao longo do ano, trazendo aprendizados, conexões e momentos de coragem.
É clichê, eu sei – mas é de coração ahahah.
Até a próxima reflexão!
Se você acabou de chegar por aqui, sugiro que leia a primeira edição 😉
queria ter essa disciplina para começar um caderno...